Você sente que seu corpo mudou, mas não sabe exatamente por quê?
Ondas de calor, alterações no ciclo menstrual, insônia e até uma irritação que parece não ter motivo? Calma, você pode estar vivendo a perimenopausa, e isso é mais comum do que imagina.
Infelizmente, muitas mulheres passam por essa fase sem saber o que está acontecendo. A falta de informação, o tabu em torno do envelhecimento feminino e a ideia equivocada de que a menopausa “chega de repente” fazem com que a perimenopausa seja uma fase negligenciada. Mas ela existe, tem nome, sintomas, causas e, o mais importante: tem formas saudáveis de ser vivida.
O que é perimenopausa, afinal?
A palavra “perimenopausa” significa, literalmente, “ao redor da menopausa”. Trata-se do período de transição que pode começar anos antes da chegada definitiva da menopausa — que, por definição, ocorre quando a mulher fica 12 meses consecutivos sem menstruar.
Durante a perimenopausa, o corpo feminino começa a reduzir, de forma progressiva e irregular, a produção dos hormônios estrogênio e progesterona. Isso mexe com todo o funcionamento do organismo: metabolismo, sono, humor, libido, pele, cabelo e até cognição.
E diferente do que se imagina, essa fase pode começar cedo: há mulheres que entram na perimenopausa por volta dos 35 a 40 anos, especialmente se houver fatores genéticos, estresse elevado, cirurgias ginecológicas ou doenças autoimunes envolvidas.
Quanto tempo dura a perimenopausa?
Não existe uma resposta única. Essa fase pode durar de 2 a 10 anos, dependendo de cada mulher. Algumas passam por ela de forma mais intensa, outras quase sem perceber. O mais importante é saber identificar os sinais, para que o cuidado seja iniciado o quanto antes.
Sintomas comuns da perimenopausa
Durante a perimenopausa, os sintomas podem começar de forma leve e se intensificar com o tempo. Entre os mais comuns estão alterações no ciclo menstrual, ondas de calor e suor noturno, mudanças de humor, irritabilidade e dificuldade para dormir. Também é comum sentir cansaço excessivo, queda na libido, ressecamento vaginal e dificuldades de concentração ou memória. Esses sinais são resultado das mudanças hormonais naturais dessa fase de transição.
Como saber se estou na perimenopausa?
A confirmação da perimenopausa é clínica ou seja, baseada nos sintomas que a mulher apresenta. Exames de sangue para medir os níveis hormonais podem ajudar, mas os hormônios oscilam tanto nesse período que um resultado “normal” nem sempre significa que está tudo estável.
Por isso, é fundamental buscar um ginecologista de confiança, contar o que está sentindo e iniciar um acompanhamento regular.
Existe tratamento para os sintomas da perimenopausa?
Sim! E o mais importante: existe vida com qualidade durante essa fase.
O tratamento pode variar de acordo com o sintoma predominante e com o estilo de vida da mulher. Veja algumas opções:
Reposição hormonal (TRH)
Indicada para mulheres com sintomas intensos e sem contraindicações (como histórico de câncer ou problemas cardiovasculares). Deve ser sempre prescrita e acompanhada por um médico.
Fitoterapia e suplementos naturais
Algumas plantas como amora, cimicífuga e maca peruana ajudam a amenizar sintomas leves, mas também precisam de orientação profissional.
Mudança de hábitos
Alimentação rica em nutrientes, prática de atividades físicas regulares, boa higiene do sono e manejo do estresse fazem uma diferença enorme na qualidade de vida.
A importância do autocuidado emocional
A perimenopausa não mexe apenas com o corpo — ela toca emoções profundas. Muitas mulheres se sentem “perdidas”, inseguras, e até menos femininas. Isso acontece porque ainda carregamos, como sociedade, muitos tabus sobre o envelhecimento feminino.
Mas é possível ressignificar essa fase. A mulher que entra na perimenopausa não está “acabando” — ela está amadurecendo, ganhando potência e sabedoria. É um período fértil em autoconhecimento, uma chance de parar, olhar para dentro e escolher cuidar de si com mais carinho.
A psicoterapia pode ser uma aliada poderosa nessa jornada, assim como conversar com outras mulheres e criar redes de apoio.
Perimenopausa não é o fim
Durante muito tempo, a menopausa foi vista como o ponto final da feminilidade. Hoje, sabemos que isso é uma mentira cruel. A vida continua — e, para muitas mulheres, fica ainda melhor.
A perimenopausa não precisa ser temida. Quando olhamos para ela com informação, acolhimento e liberdade, percebemos que é só mais um ciclo entre tantos outros que a vida nos oferece. Com consciência e cuidado, é possível viver essa transição com leveza, dignidade e saúde.
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