Uma descoberta médica no Brasil reacende a esperança de milhares: pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o laboratório Cristália, desenvolveram um medicamento experimental chamado Polilaminina, que demonstrou resultados promissores na recuperação dos movimentos em pessoas com lesões completas na medula espinhal — incluindo tetraplegia, quando o corpo fica totalmente paralisado a partir do pescoço.
O que ele faz?
A molécula ativa do Polilaminina é derivada da laminina, um componente da placenta geralmente descartado após o parto. Com uma estrutura semelhante a uma teia microscópica, a laminina atua como um suporte biológico natural, proporcionando neuroproteção contra lesões e incentivando a regeneração celular por meio da proliferação de novos neurônios.
Nos testes realizados desde 2018, em seis pacientes com lesão medular completa, cinco conseguiram recuperar parcialmente a força e a sensibilidade — subindo do nível A (sem movimento ou sensação) para o nível C. Um caso notável é o do analista Bruno Drummond, que recuperou quase toda a mobilidade dos braços e hoje caminha normalmente.

Resultados observados
Entre os benefícios detectados nos pacientes, destacam-se:
- Recuperação de força nos membros;
- Retomada da sensibilidade;
- Melhora progressiva nos movimentos finos e coordenados;
- Casos emblemáticos com restabelecimento gradual da mobilidade.
Drummond, que sofreu o acidente há anos, relata que nos primeiros dias ocorreu apenas um leve movimento no dedão do pé. Mas isso foi suficiente para manter a esperança e iniciar uma fisioterapia que se estendeu por um ano, resultando em avanços significativos.
Ao serem questionados sobre possíveis efeitos colaterais, os pesquisadores ressaltaram que essa foi uma das principais razões para o longo período de estudo. Foram necessários sete anos de acompanhamento justamente para avaliar a ocorrência de reações adversas a longo prazo — algo que, até o momento, não foi identificado em relação ao medicamento.
“É um estudo conduzido na emergência do hospital, com pacientes que sofreram lesões graves. Alguns efeitos colaterais seriam esperados nesse contexto, como dores de cabeça, constipação ou até problemas mais sérios, como infecções. Mas um médico externo analisou os casos e constatou que esses eventos não estavam ligados ao fármaco, e sim à gravidade das lesões”, explica a professora Tatiana Coelho de Sampaio, da UFRJ.

Fatores que influenciam o sucesso!
O momento do tratamento é um fator decisivo. Segundo a professora Tatiana Coelho de Sampaio, da UFRJ, quanto mais rápido a aplicação após a lesão, melhores os resultados. A inserção do medicamento nas primeiras 24 horas e o início imediato da reabilitação fizeram toda a diferença nos desfechos observados. Outro ponto positivo foi a ausência de efeitos colaterais ligados ao fármaco até o momento — as reações adversas observadas foram compatíveis com a gravidade da lesão original, segundo avaliação médica.
O que ainda está em aberto?
Apesar dos resultados animadores com o Polilaminina, ainda há muitas incógnitas: a eficácia em lesões crônicas, a possibilidade de doses múltiplas ou maiores, e o tempo de duração dos efeitos. Como os testes foram aplicados a uma amostra pequena, sem grupos de comparação, os cientistas seguem cautelosos ao definirem eficácia universal.
A próxima etapa é a fase 1 dos ensaios clínicos, que serve para avaliar a segurança do medicamento em um grupo controlado — e depende da aprovação da Anvisa, que ainda aguarda dados complementares dos testes anteriores. A estimativa é que o tratamento só possa chegar à população em cerca de três anos, desde que aprovado e regulamentado. Há, inclusive, unidades hospitalares como o Hospital das Clínicas e a Santa Casa de São Paulo preparadas para iniciar os atendimentos, caso a Anvisa autorize.

Um passo adiante na medicina brasileira!
O desenvolvimento do Polilaminina representa um avanço científico nacional com potencial transformador. Se comprovada, ela será um dos primeiros medicamentos que restauram funções motoras em lesões medulares completas — algo até hoje considerado improvável. Mais do que tecnologia, ela simboliza a capacidade da pesquisa brasileira de gerar soluções inovadoras quando há investimento e colaboração entre universidade e indústria.
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