A extensão dos cílios se tornou uma febre no universo da beleza. Prometendo um olhar mais marcante e dispensando o uso do rímel no dia a dia, essa técnica conquistou milhares de adeptos. No entanto, nem tudo são flores quando se trata de aplicar fios artificiais tão próximos aos olhos. Apesar de seu apelo estético, as extensões de cílios podem representar sérios riscos para a saúde ocular e geral.
O que é a extensão de cílios?
A extensão de cílios consiste na aplicação de fios sintéticos ou naturais, um a um, sobre os cílios naturais, utilizando uma cola específica. O procedimento deve ser realizado por um profissional qualificado, em um ambiente higiênico, e pode levar até duas horas para ser concluído. Embora os resultados sejam instantaneamente deslumbrantes, é fundamental compreender os riscos envolvidos.
Os principais riscos da extensão de cílios
Reações alérgicas
Um dos riscos mais comuns está associado à cola utilizada no procedimento. Muitas vezes, esses adesivos contêm substâncias como formaldeído, que podem causar reações alérgicas severas. Entre os sintomas estão vermelhidão, coceira e inchaço nas pálpebras.
Infecções oculares
A proximidade dos cílios artificiais com os olhos aumenta o risco de infecões, como conjuntivite. Isso pode ocorrer devido à falta de higienização adequada dos materiais ou ao acúmulo de sujeira nos fios aplicados.
Queda dos cílios naturais
O peso dos fios artificiais e o uso constante das extensões podem enfraquecer os cílios naturais, levando à sua queda. Em casos mais graves, isso pode resultar em falhas permanentes no crescimento dos cílios.
Danos à superfície ocular
A aplicação inadequada ou a manipulação incorreta dos fios podem causar arranhões na córnea, levando a dores intensas e possíveis complicações mais graves.
Substância cancerígena
Os adesivos para os cílios podem apresentar um risco diferente à saúde. Um estudo testou 37 colas para cílios, profissionais e de consumo geral, para determinar a presença de formaldeído, que é uma substância reconhecidamente cancerígena.
A pesquisa concluiu que 75% das 20 colas profissionais testadas liberavam formaldeído e quatro das 17 colas de consumo geral também continham a substância. E algumas das colas que continham formaldeído não declaravam a substância na sua lista de ingredientes.
Os conservantes da cola podem causar conjuntivite tóxica e erosão da conjuntiva, que ocorre quando a camada celular sobre a superfície da córnea (conhecida como epitelio) se solta da camada subjacente. Esta condição é dolorosa e pode prejudicar a visão.
Existem casos em que a cola das unhas, que é muito mais potente, foi vendida como cola para os cílios ou usada em substituição. Em um dos casos mais chocantes de erro de aplicação, as pálpebras de uma mulher ficaram coladas após o uso de supercola para aplicar seus cílios postiços.
Como minimizar os riscos
Embora os riscos sejam reais, algumas medidas podem ajudar a preveni-los:
- Escolha um profissional qualificado: Certifique-se de que o aplicador é experiente e segue protocolos de higiene rigorosos.
- Verifique os produtos utilizados: Questione sobre a composição da cola e dos fios e evite produtos que contenham substâncias alergênas.
- Cuide da higiene: Mantenha os cílios limpos, evitando o acúmulo de oleosidade e sujeira.
- Respeite os intervalos: Evite fazer manutenções consecutivas sem dar um descanso aos cílios naturais.
Quando buscar ajuda médica
Se você sentir qualquer desconforto após a aplicação, como dor, inchaço ou vermelhidão persistente, procure um oftalmologista imediatamente. Ignorar os sintomas pode agravar a situação e comprometer a saúde dos seus olhos.
Beleza com responsabilidade
As extensões de cílios podem ser uma solução prática para quem busca realçar o olhar, mas é essencial estar ciente dos riscos e tomar medidas para minimizá-los. Priorizar a segurança e a saúde deve ser sempre a primeira preocupação. Afinal, um olhar saudável é muito mais valioso do que qualquer procedimento estético.
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