O terçol é uma inflamação comum das pálpebras, mas que ainda gera muitas dúvidas e informações equivocadas. Popularmente conhecido como uma “bolinha vermelha” que aparece na região dos olhos, o terçol pode causar incômodo, dor e inchaço. Apesar de ser uma condição relativamente simples, a quantidade de mitos em torno dela faz com que muitas pessoas tratem o problema da forma errada, atrasando a recuperação ou até piorando os sintomas.
Hoje vamos esclarecer os principais mitos sobre o terçol, explicar suas causas reais, sintomas e formas adequadas de tratamento.

O que é o terçol?
O terçol, chamado de hordéolo na linguagem médica, é uma inflamação das glândulas localizadas na base dos cílios. Geralmente, surge devido à obstrução dessas glândulas associada à presença de bactérias, como o estafilococo. O resultado é uma pequena lesão avermelhada e dolorida, que pode vir acompanhada de sensibilidade, lacrimejamento e até pus em alguns casos.
Apesar do desconforto, o terçol costuma regredir espontaneamente em poucos dias ou semanas, especialmente quando recebe os cuidados corretos.
Os principais mitos sobre o terçol
Para compreender melhor a condição, é fundamental separar realidade de crença. Veja alguns dos mitos mais comuns:
- “Terçol aparece porque alguém te olhou com inveja”
Esse é, sem dúvida, um dos mitos mais difundidos. O terçol não tem nenhuma relação com inveja, energia negativa ou questões místicas. Sua origem é puramente física, relacionada à inflamação das glândulas das pálpebras. - “A falta de higiene é sempre a causa”
Embora a higiene inadequada dos olhos possa favorecer a proliferação de bactérias, nem sempre o terçol está associado a descuido. Pessoas com pele oleosa, blefarite (inflamação crônica das pálpebras) ou que usam maquiagem com frequência também podem desenvolver o problema mesmo mantendo bons hábitos de limpeza. - “Esfregar os olhos ajuda a aliviar”
Na verdade, o contrário é verdadeiro. Esfregar os olhos pode aumentar a inflamação, espalhar bactérias e agravar o quadro. O ideal é evitar qualquer atrito na região e manter as mãos sempre limpas ao tocar no rosto.

- “É preciso espremer para sair o pus”
Jamais se deve tentar espremer um terçol, como se fosse uma espinha. Isso pode piorar a infecção, causar dor intensa e até complicações mais sérias, como celulite orbitária (infecção que atinge tecidos mais profundos ao redor dos olhos). - “Compressa com objetos metálicos cura mais rápido”
Muitas pessoas acreditam que encostar um anel ou colher fria no olho pode acelerar a melhora. No entanto, essa prática não tem comprovação científica e pode trazer riscos de contaminação. O tratamento recomendado é a aplicação de compressas mornas, que ajudam a desobstruir as glândulas e favorecem a drenagem natural. - “Terçol é contagioso”
O terçol não é contagioso. O que pode ocorrer é a transmissão de bactérias caso haja compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas, maquiagem ou lenços. Por isso, o cuidado deve ser com a higiene e não com o medo de transmissão direta.
Como tratar corretamente o terçol
O tratamento é simples e, na maioria dos casos, pode ser feito em casa com medidas básicas. O mais indicado é aplicar compressas mornas de 3 a 4 vezes por dia, durante 10 a 15 minutos, para aliviar o desconforto e facilitar a drenagem da inflamação.
É fundamental evitar o uso de maquiagem e lentes de contato enquanto o problema não estiver resolvido. Se o terçol persistir por mais de duas semanas, aumentar de tamanho ou causar dor intensa, é necessário procurar um oftalmologista. Em alguns casos, pode ser indicado o uso de pomadas antibióticas ou até pequenos procedimentos para drenagem.
Embora não seja possível evitar totalmente o surgimento, alguns hábitos ajudam a reduzir os riscos. Entre eles estão: higienizar corretamente os olhos e cílios, remover a maquiagem antes de dormir, evitar o compartilhamento de produtos pessoais e manter as mãos limpas antes de tocar no rosto.

O olhar certo sobre o terçol!
O terçol pode parecer um problema simples, mas exige atenção para não gerar complicações. Mais importante do que seguir crenças populares é buscar informações confiáveis e adotar práticas de cuidado comprovadas. Lembre-se: evitar mitos e seguir orientações médicas é sempre a melhor forma de cuidar da saúde dos olhos.
Se você se interessou por esse tema, veja também nosso blog sobre obesidade e a ansiedade, como eles andam lado a lado?