A vacina BCG é uma das primeiras vacinas administradas na vida de uma criança e tem um papel crucial na prevenção da tuberculose, uma doença infecciosa que ainda representa risco à saúde pública. Neste artigo, vamos explicar o que é a BCG, para que serve, quais doenças ela previne, e por que ela é considerada uma das vacinas mais importantes da infância.

O que é a vacina BCG?
A sigla BCG vem de “Bacillus Calmette-Guérin“, nome dos cientistas franceses que desenvolveram a vacina no início do século XX. A BCG é uma vacina composta por bactérias vivas atenuadas do Mycobacterium bovis, um parente próximo do Mycobacterium tuberculosis, causador da tuberculose em humanos.
Ela é aplicada via intradérmica, geralmente no braço direito do bebê, nas primeiras semanas de vida. A presença de uma pequena cicatriz no local da aplicação, comum em quem foi vacinado, é considerada um sinal da eficácia da imunização.
Para que serve a vacina BCG?
A função principal da vacina BCG é proteger contra as formas graves de tuberculose, como:
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Tuberculose miliar: quando a infecção se espalha por vários órgãos.
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Meningite tuberculosa: uma forma grave que afeta o sistema nervoso central e pode levar à morte ou deixar sequelas neurológicas permanentes.
Embora a BCG não impeça totalmente a infecção pulmonar comum da tuberculose, ela reduz significativamente o risco de complicações fatais em crianças pequenas, principalmente nos primeiros anos de vida.

Quando a vacina BCG deve ser aplicada?
No Brasil, o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde recomenda a aplicação da BCG logo após o nascimento, preferencialmente ainda na maternidade, até no máximo os cinco anos de idade, caso a criança ainda não tenha sido vacinada.
Em casos de bebês prematuros, com baixo peso ao nascer, a vacina pode ser adiada até que o bebê atinja um peso mínimo seguro (geralmente acima de 2 kg), sempre com acompanhamento médico.

A vacina BCG é segura?
Sim, a vacina BCG é considerada segura e apresenta poucos efeitos colaterais. Os mais comuns são:
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Vermelhidão e inchaço no local da aplicação;
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Formação de uma pequena úlcera (feridinha), que cicatriza espontaneamente;
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Presença de uma cicatriz permanente, que é uma reação normal e esperada.
Reações adversas graves são extremamente raras, mas podem ocorrer em pessoas com imunodeficiências. Por isso, é importante que profissionais de saúde façam a triagem adequada antes da aplicação.
O que acontece se a criança não tomar a vacina BCG?
Crianças não vacinadas correm maior risco de desenvolver formas graves de tuberculose, especialmente nos primeiros anos de vida. Além disso, a ausência da vacina compromete os esforços coletivos de controle da doença, uma vez que a imunização tem efeito protetor coletivo, principalmente em áreas endêmicas como muitas regiões brasileiras.
A BCG precisa de reforço?
Não. A vacina BCG é dose única. O Ministério da Saúde não recomenda reforços. Caso não haja cicatriz após a vacinação, isso não indica falha, e não é necessário reaplicar a vacina, exceto em casos excepcionais avaliados por um profissional.
Dúvidas frequentes sobre a vacina BCG
A BCG protege contra todas as formas de tuberculose?
Não. Ela protege principalmente contra as formas mais graves, como a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa. Ainda assim, é uma vacina essencial para reduzir mortes e sequelas.
A vacina BCG é obrigatória?
Sim. No Brasil, a vacina BCG é obrigatória e gratuita, disponibilizada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e maternidades da rede pública.
E se meu filho já tiver tomado e não tiver cicatriz?
A ausência da cicatriz não indica necessariamente que a vacina falhou. Estudos mostram que a proteção pode ocorrer mesmo sem cicatriz visível.
Pode tomar outras vacinas no mesmo dia da BCG?
Sim, mas em locais diferentes do corpo, pois a BCG pode causar reação local mais intensa. O profissional de saúde avaliará a melhor forma de administrar as vacinas no mesmo momento.
A vacina BCG salva vidas
A vacina BCG é uma ferramenta essencial na luta contra a tuberculose, especialmente em países como o Brasil, onde a doença ainda é um problema de saúde pública. Sua aplicação precoce protege as crianças contra formas graves e fatais da doença, além de contribuir para o controle da transmissão.
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