Ceratocone: O que é, e como pode afetar a sua visão

por | 15 dez 2023 | Saúde | 0 Comentários

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Você já ouviu falar em ceratocone? É uma doença rara, que afeta cerca de 1 em cada 2 mil pessoas! É uma condição oftalmológica que afeta a córnea, a parte transparente e curva do olho que ajuda a focar a luz na retina.

Fazendo com que a córnea fique mais fina e irregular, assumindo um formato de cone, por isso o nome! Contudo, essa condição oftalmológica prejudica a visão e pode causar sintomas como vista embaçada, distorcida, dupla ou sensibilidade à luz.

Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o ceratocone, desde as suas causas e sintomas até os tratamentos disponíveis e as perspectivas futuras. Além disso, vamos dar algumas dicas para cuidar da saúde dos seus olhos e lidar com essa condição. Acompanhe!

ceratocone

O que é Ceratocone?

O ceratocone é uma condição oftalmológica que altera a forma da córnea, resultando em uma protuberância cônica. ( A imagem abaixo vai te ajudar a entender melhor) Desse modo, sua progressão gradativa afeta a visão, levando à dificuldade em focar, sensibilidade à luz e visão borrada.

ceratocone

Nesse sentido, trata-se de uma doença degenerativa e progressiva que altera a estrutura da córnea, fazendo com que ela perca a sua forma esférica e se projete para fora, como um cone. Isso ocorre porque as fibras de colágeno, que são as responsáveis por manter a córnea firme e estável, se enfraquecem e rompem, permitindo a deformação da córnea.
Além disso, a doença pode levar à baixa visão, que é a dificuldade de enxergar mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato, e, em casos extremos, à cegueira.

Apesar disso, as causas do ceratocone ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que podem estar ligadas à genética ou ao uso incorreto de lentes de contato.
Contudo, existem alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver a doença, como:

  • Genética: o ceratocone pode ter uma origem hereditária, sendo mais comum em pessoas que têm familiares com a condição.

  • Alergias: o ceratocone pode estar associado a quadros alérgicos, como rinite, asma ou conjuntivite, que provocam coceira e irritação nos olhos, levando a pessoa a esfregá-los com frequência e intensidade, o que pode danificar a córnea.

  • Hormônios: o ceratocone pode estar relacionado a alterações hormonais, sendo mais predominante em adolescentes e jovens adultos, entre 10 e 25 anos, período em que ocorrem mudanças na produção de hormônios.

  • Outras doenças: A doença também pode ser uma complicação de outras doenças que afetam a córnea, como a síndrome de Down, a síndrome de Marfan, a síndrome de Ehlers-Danlos, o ceratoconjuntivite vernal ou a síndrome de Apert.

 

ceratocone

Dessa forma, o ceratocone costuma se manifestar em ambos os olhos. Mas pode afetar cada um de forma diferente, sendo mais grave em um do que no outro.

Outro fato importante é que a doença tem quatro estágios, que variam de acordo com o grau de deformação e espessura da córnea. No primeiro estágio, o ceratocone é leve e causa pouca alteração na visão. No segundo estágio, o ceratocone é moderado e causa uma maior distorção na visão.

Já no terceiro estágio, o ceratocone é avançado e causa uma redução significativa na visão. No quarto estágio, o ceratocone é grave e causa uma perda severa da visão.
Além disso, existem alguns oftalmologistas que acreditam no quinto estágio que é o ceratocone extremo. 

Desse modo, o ceratocone pode evoluir de forma lenta ou rápida, dependendo de cada caso.
Em geral, a progressão da doença se estabiliza após os 30 anos de idade, mas pode continuar avançando em alguns casos. 

Ceratocone, Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas do ceratocone podem variar de acordo com o estágio da doença, mas os mais comuns são:

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Contudo, os sintomas do ceratocone podem ser confundidos com os de outras doenças oculares, como o glaucoma, a catarata ou a degeneração macular. Por isso, é importante consultar um oftalmologista regularmente e realizar exames específicos para diagnosticar o ceratocone. Alguns dos exames que podem ser utilizados são:

  • Topografia corneana: é um exame que mede a curvatura e a espessura da córnea, permitindo identificar a forma, o tamanho e a localização do ceratocone.

  • Paquimetria corneana: é um exame que mede a espessura da córnea em diferentes pontos, permitindo avaliar o grau de afinamento e o risco de ruptura da córnea.

  • Tomografia corneana: é um exame que gera imagens tridimensionais da córnea, permitindo analisar a sua estrutura interna e externa, bem como a sua densidade e regularidade.

  • Ceratoscopia: é um exame que projeta um padrão de luz sobre a córnea, permitindo observar a sua superfície e detectar irregularidades ou deformações.

  • Retinoscopia: é um exame que avalia o reflexo da luz na retina, permitindo estimar o grau de refração do olho e a necessidade de correção óptica.

Bem como,vale lembrar que o diagnóstico precoce do ceratocone é fundamental para evitar a progressão da doença e preservar a visão. Por isso, se você apresentar algum dos sintomas mencionados, procure um oftalmologista de confiança e faça os exames necessários.

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Quais os Tratamentos Disponíveis?

 

O tratamento do ceratocone depende do estágio da doença, dos sintomas e das necessidades de cada paciente. Entretanto, o objetivo é sempre  melhorar a visão, retardar a evolução da doença e evitar complicações. Os principais tratamentos disponíveis são:

  • Óculos: são a primeira opção de tratamento para os casos leves de ceratocone, que causam pouca alteração na visão. Os óculos ajudam a corrigir os erros de refração, como a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo, proporcionando uma visão mais nítida e confortável.

  • Lentes de contato: são indicadas para os casos moderados e avançados de ceratocone, que causam uma maior distorção na visão. As lentes de contato ajudam a regularizar a superfície da córnea, melhorando a qualidade e a acuidade visual. Existem diferentes tipos de lentes de contato para o ceratocone, como as lentes gelatinosas, as lentes rígidas, as lentes híbridas, as lentes esclerais e as lentes piggyback.

  • Crosslinking corneano: é um procedimento que visa fortalecer as fibras de colágeno da córnea, aumentando a sua rigidez e estabilidade. O crosslinking corneano consiste na aplicação de um colírio de riboflavina (vitamina B2) na córnea, seguida da exposição à luz ultravioleta, que provoca uma reação química que cria novas ligações entre as fibras de colágeno.

    Nesse sentido, o crosslinking corneano é indicado para os casos de ceratocone em progressão, que apresentam um afinamento e um aumento da curvatura da córnea. O objetivo é parar ou retardar a evolução da doença, evitando a necessidade de um transplante de córnea.

    Além disso, o crosslinking corneano é um procedimento ambulatorial, que dura cerca de uma hora e requer anestesia local. Os possíveis efeitos colaterais são dor, vermelhidão, inchaço, sensibilidade à luz e infecção nos olhos, que podem ser tratados com medicamentos e colírios. O resultado do crosslinking corneano pode demorar alguns meses para ser percebido, e pode variar de acordo com cada caso.

  • Transplante de córnea: é a última opção de tratamento para os casos graves de ceratocone, que causam uma perda irreversível da visão e não respondem aos outros tratamentos. O transplante de córnea consiste na substituição da córnea doente por uma córnea saudável, doada por um cadáver.

    Dessa maneira, o transplante de córnea é uma cirurgia complexa, que requer anestesia geral e internação hospitalar. Os riscos envolvidos são sangramento, infecção, rejeição, descolamento ou perfuração da córnea, glaucoma, catarata ou deslocamento do cristalino.

    Já o pós-operatório do transplante de córnea requer cuidados especiais, como o uso de colírios, medicamentos, óculos escuros e curativos. A recuperação do transplante de córnea pode levar de seis meses a um ano, e pode exigir o uso de óculos ou lentes de contato para corrigir a visão.

    Entretanto, o resultado do transplante de córnea depende da qualidade da córnea doada, da técnica cirúrgica, da adaptação do organismo e do acompanhamento médico.

Nesse sentido as expectativas para o futuro do tratamento do ceratocone são otimistas, pois a ciência está avançando cada vez mais, buscando soluções inovadoras e eficazes para essa doença.

No entanto, é importante ressaltar que cada caso é único, e que o melhor tratamento é aquele que atende às necessidades e às condições de cada paciente. Por isso, é essencial consultar um oftalmologista especializado e seguir as suas recomendações.

Já foi ao oftalmologista hoje?

O ceratocone é uma doença ocular que altera a forma e a espessura da córnea, causando uma visão embaçada, distorcida ou dupla. Para tanto requer um acompanhamento oftalmológico regular e um cuidado especial com a saúde dos olhos, que pode envolver hábitos simples, como evitar esfregar os olhos, usar óculos de sol, manter uma boa higiene ocular e manter em dia o acompanhamento médico.

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