A cirurgia bariátrica tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil como uma solução eficaz para o tratamento da obesidade severa e das doenças associadas a ela. Mais do que uma intervenção estética, trata-se de um procedimento médico voltado para a melhoria da saúde e da qualidade de vida.
Neste artigo, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre a cirurgia bariátrica, seus tipos, indicações, riscos e benefícios.

O que é cirurgia bariátrica?
Também conhecida como cirurgia de redução do estômago, a bariátrica é um conjunto de procedimentos cirúrgicos destinados ao tratamento da obesidade mórbida. O objetivo principal é reduzir a capacidade do estômago e/ou interferir na absorção dos alimentos, provocando perda de peso e controle de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, entre outras.

Quem pode fazer a cirurgia bariátrica?
Nem todas as pessoas com sobrepeso podem fazer a cirurgia. Os critérios geralmente seguem os parâmetros estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). São eles:
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IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40 kg/m², com ou sem comorbidades.
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IMC entre 35 e 40 kg/m², com presença de doenças associadas à obesidade (como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia etc.).
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Ter tentado outras formas de emagrecimento por pelo menos dois anos, sem sucesso duradouro.
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Ter mais de 18 anos (há casos aprovados para adolescentes e pessoas acima de 65 anos, mas com critérios rigorosos).
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Avaliação psicológica e multidisciplinar favorável.

Quais são os tipos de cirurgia bariátrica?
1. Bypass Gástrico (Cirurgia de Fobi-Capella)
É o procedimento mais realizado no Brasil. Consiste na criação de um pequeno reservatório no estômago (pouch), ligado diretamente ao intestino delgado, reduzindo a ingestão de alimentos e a absorção de calorias.
Vantagens: perda de peso rápida, melhora significativa em doenças como diabetes e hipertensão.
Desvantagens: risco maior de deficiências nutricionais.
2. Sleeve Gástrico (Gastrectomia Vertical)
O estômago é reduzido em cerca de 70% a 80%, transformando-se em um tubo fino. Essa técnica mantém o funcionamento normal do intestino, sem desvio.
Vantagens: técnica menos invasiva, menor risco de deficiência de vitaminas e minerais.
Desvantagens: perda de peso um pouco mais lenta que o bypass, possível refluxo.
3. Duodenal Switch
Mais complexa, essa técnica combina a redução do estômago com um desvio intestinal mais intenso, reduzindo drasticamente a absorção de gorduras e calorias.
Indicada para casos extremos e para quem não teve sucesso com outras técnicas.
4. Banda Gástrica Ajustável
Um anel de silicone é colocado ao redor da parte superior do estômago, limitando a quantidade de alimento ingerido.
Quase em desuso no Brasil por apresentar menor eficácia e mais chances de complicações a longo prazo.
Quais são os riscos da cirurgia bariátrica?
Mesmo sendo segura, a cirurgia bariátrica pode trazer riscos, especialmente sem o acompanhamento adequado. Podem ocorrer complicações como infecção, trombose e fístulas. Também são comuns deficiências de ferro, vitamina B12 e cálcio, além de náuseas, vômitos e a síndrome de dumping, que causa mal-estar após comer açúcar. Sem mudança de hábitos, o paciente ainda pode voltar a ganhar peso com o tempo.
Pós-operatório e acompanhamento
O sucesso da cirurgia depende da disciplina do paciente. A alimentação começa líquida e avança aos poucos até a dieta sólida. O acompanhamento com nutricionista, psicólogo e outros profissionais é essencial. Atividade física e suplementação, quando necessária, fazem parte da nova rotina de cuidados.

Benefícios da cirurgia bariátrica
A perda de peso pode chegar a 80% do excesso em até dois anos. Muitas doenças melhoram ou desaparecem, como diabetes tipo 2 e hipertensão. A autoestima cresce, a qualidade de vida melhora e o risco de morte por causas ligadas à obesidade diminui consideravelmente.

A cirurgia bariátrica é para mim?
A decisão de se submeter à cirurgia bariátrica deve ser tomada com orientação médica especializada e equipe multidisciplinar. É importante avaliar se os critérios são atendidos, os riscos estão compreendidos e se há disposição para as mudanças necessárias no estilo de vida.
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