A Síndrome de Borderline, também conhecida como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), é uma condição de saúde mental marcada por intensas oscilações de humor, instabilidade emocional, comportamentos impulsivos e dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Ainda pouco compreendida por grande parte da população, essa síndrome afeta cerca de 2% a 6% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora afete milhões de pessoas em todo o mundo, ainda é cercada por estigmas e desinformação, o que torna essencial ampliar o debate sobre o tema.
Neste texto, vamos explicar o que é a Síndrome de Borderline, quais são seus principais sintomas, como ela é diagnosticada e tratada, e por que é fundamental promover o acolhimento e o acesso ao cuidado especializado.

O que é a Síndrome de Borderline?
A Síndrome de Borderline é um transtorno de personalidade caracterizado por padrões persistentes de instabilidade emocional, impulsividade, dificuldade nos relacionamentos e distorções na autoimagem.
Pessoas com esse diagnóstico costumam vivenciar emoções de maneira mais intensa e duradoura, o que pode gerar sofrimento e afetar diversas áreas da vida, como o trabalho, a vida social e os vínculos afetivos.
Sintomas mais comuns da Síndrome de Borderline
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas há alguns comportamentos que são frequentemente observados, como:
-
Mudanças bruscas de humor
-
Medo intenso de rejeição ou abandono
-
Relações pessoais instáveis e intensas
-
Impulsividade (em gastos, alimentação, sexo ou uso de substâncias)
-
Sentimentos crônicos de vazio
-
Baixa autoestima e autocrítica exagerada
-
Crises de raiva ou irritação desproporcionais
-
Comportamentos autolesivos ou pensamentos suicidas
Essa instabilidade emocional não se resume à tristeza ou ansiedade passageira: ela é profunda, constante e pode comprometer a funcionalidade da pessoa em diferentes contextos.

Causas e fatores de risco
Ainda não há uma causa única para o transtorno, mas especialistas apontam que ele pode surgir a partir de uma combinação de fatores, entre eles:
-
Genética e hereditariedade
-
Experiências traumáticas na infância (abuso, negligência, abandono)
-
Ambientes familiares disfuncionais
-
Alterações neuroquímicas que afetam a regulação emocional
Esses fatores, isoladamente ou em conjunto, contribuem para o desenvolvimento do transtorno e reforçam a importância de um olhar atento à história de vida do paciente durante o processo de diagnóstico.

Diagnóstico: como saber se tenho Borderline?
O diagnóstico da Síndrome de Borderline é clínico, ou seja, feito por profissionais qualificados da saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. Eles avaliam o histórico do paciente, a presença dos sintomas, sua duração e a intensidade com que afetam a rotina e os relacionamentos.
Não existe um exame laboratorial que comprove o transtorno. Por isso, o processo diagnóstico exige escuta qualificada, sensibilidade e acompanhamento profissional contínuo.

Tratamento e cuidados de saúde para Borderline
Embora o Transtorno de Personalidade Borderline não tenha cura, ele tem tratamento e pode ser controlado com qualidade de vida.
-
Psicoterapia
A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é uma das abordagens mais eficazes, pois ajuda a pessoa a desenvolver habilidades emocionais, controlar impulsos e melhorar os relacionamentos. -
Acompanhamento psiquiátrico
Em muitos casos, o uso de medicamentos é indicado para ajudar a estabilizar o humor, reduzir a ansiedade e controlar sintomas depressivos. -
Apoio multidisciplinar
Nutricionistas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e educadores físicos também podem fazer parte do cuidado, especialmente quando o paciente apresenta outros quadros associados. -
Rede de apoio emocional
Ter o suporte da família e de amigos é fundamental, assim como participar de grupos terapêuticos ou de apoio para pessoas com transtornos mentais.

Cuide da saúde mental com responsabilidade e acolhimento
Se você ou alguém próximo apresenta sinais da Síndrome de Borderline, o primeiro passo é procurar ajuda profissional. O cuidado com a saúde mental deve ser levado tão a sério quanto o cuidado com o corpo. Buscar apoio psicológico não é fraqueza — é um ato de coragem.
No Brasil, o cuidado com a saúde mental está disponível tanto na rede privada quanto pública, por meio de unidades básicas de saúde, CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e clínicas especializadas. Muitos planos de saúde também cobrem atendimentos com psicólogos e psiquiatras.
Leia também esse texto: O que são doenças preexistentes?